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Depois de idas e vindas do Presidente Donald Trump a respeito do tarifaço sobre o Brasil e o mundo, onde todos são prejudicados, desde produtores de todos os países, mas sobretudo, consumidores dos EUA, que passam a pagar mais caro ao consumir produtos oriundos de outros países, que antes das tarifas maiores, pagavam mais barato pelas mercadorias importadas pelos EUA, há uma manifestação clara por parte de Trump em voltar a restabelecer boas conversas com o Brasil. Boas conversas que o Brasil nunca negou, diga-se de passagem.

A bem da verdade, não existem somente Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo como interlocutores brasileiros junto às esferas
governamentais dos EUA. Existem empresários brasileiros, diplomatas, políticos, autoridades federais, empresários norte-americanos, importadores, e principalmente, consumidores-leia-se eleitores-, que estão pressionando Trump a restabelecer canal de negociação com o Brasil. Principalmente porque não há nenhuma razão econômica que 
justificasse o tarifaço contra produtos brasileiros, a não ser explicações político-ideológicos. Envolvendo inclusive, o Poder Judiciário brasileiro, que nada tem relação com o setor produtivo e político do Brasil e dos EUA.

Se de um lado as medidas de Trump auxiliam o setor produtivo norte-americano, por outro lado, prejudicam e muito, o consumidor dos EUA, que passa a gastar mais dinheiro para adquirir os mesmos produtos que comprava antes do tarifaço. E como tive oportunidade de expressar antes, o mesmo consumidor é aquele que nas eleições futuras, se transforma em eleitor. Os Deputados Federais e Senadores Republicanos serão candidatos nas eleições futuras, logo estão sentindo os efeitos desastrosos do tarifaço sobre os potenciais votos republicanos... E estes políticos do mesmo partido de Trump, pressionam o Presidente dos EUA a renegociar com o Presidente Lula do Brasil.

Portanto, o jogo não acabou. Longe disso. Mal começou. Com todas as pressões de Eduardo Bolsonaro em ações contra o Brasil, aliás, pressões antipatrióticas e criminosas contra os interesses brasileiros, o tarifaço não evitou as condenações de Jair Bolsonaro. E o pior aconteceu: Eduardo Bolsonaro além de prejudicar o seu pai, beneficiou e muito, o Presidente Lula. Hoje, a bandeira do patriotismo saiu das esferas bolsonaristas e foi para o colo de Lula. Pode-se afirmar que Eduardo Bolsonaro é o maior cabo eleitoral de Lula. Está tornando as eleições de 2026 definidas em 2025 de maneira categórica.

Se Trump é conservador de posição ideológica contrária de Lula, é bom não se esquecer que Trump é político que depende do seu partido político e de Senadores, Deputados Federais, Prefeitos, Vereadores, Governadores republicanos. Mesmo Trump não está totalmente imune às pressões vindas das bases republicanas. O jogo político tem que ser jogado. Se ausentar das mesas de negociações é prejudicar os interesses políticos dos republicanos. E isso Trump não fará.

Certamente, a continuar as primeiras conversas entre Trump e Lula surtindo efeitos práticos, Bolsonaro estará totalmente abandonado por Trump. É verdade que a ideologia tem peso considerável. Contudo, interesses econômicos e políticos também têm peso no jogo.

 

 

 

 

Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, Professor da FACCAT, Delegado do Conselho Regional de Economia – SP, colunista da Rádio Cidade, Tupacity e Diário.

Santa catarina

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Roberto Kawasaki

Roberto Kawasaki é economista pela FEAUSP, Professor dos cursos de Administração, Sistemas de Informação, Arquitetura e Urbanismo, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Engenharia de Produção da FACCAT, articulista do Jornal Diário e do TupaCity.com

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