Uma tentativa de homicÃdio qualificado foi registrada, em Presidente Prudente. O crime foi em um imóvel no Jardim São Gabriel, nesta quarta-feira (6), e vitimou um homem de 25 anos. Ele foi agredido de maneiras diversas, inclusive, a golpes de madeira. As polÃcias Civil e Militar detiveram duas pessoas, um rapaz de 19 anos e um adolescente de 17 anos.
Quando as militares chegaram ao local verificaram que se tratava de um terreno composto por duas construções. Em um dos portões que dá acesso à propriedade estava o adolescente. Ele foi abordado e submetido a busca pessoal, mas nada de ilÃcito foi encontrado. O rapaz negou que fosse morador no local.
Em seguida, no corredor, foi encontrado o rapaz de 19 anos, que também foi abordado e revistado. Com ele foi apreendida a quantia de R$ 409, cuja origem não soube precisar.
Durante as abordagens foi possÃvel ouvir que alguém, do outro lado do muro, ou seja, dentro do terreno da casa vizinha, gemia e gritava por socorro. Um dos policiais foi verificar e encontrou caÃdo, sangrando e com vários hematomas nas regiões do peito, rosto, cabeça, costas e antebraços, provocados por instrumento contundente, o homem de 25 anos. Ele reclamava que seus dois antebraços estavam provavelmente quebrados.
Na ocasião, a vÃtima disse ao militar que, "em razão do não pagamento de uma droga” que pegou com os dois abordados na manhã desta quarta-feira (6), foi amarrada em uma árvore nos fundos da casa onde mora a dupla, ali ao lado, e agredida violentamente. O homem disse que os autores eram os dois rapazes e um terceiro indivÃduo, neto da proprietária da casa da frente. As agressões teriam provocando-lhe aquelas lesões visÃveis.
No quintal onde foram encontrados os suspeitos, especificamente na casa dos fundos daquele imóvel, de fato há uma árvore e próxima dela foram encontrados duas facas e um pedaço de corda suja de sangue, assim como um par de chinelo. Já perto do portão foi localizado, sujo de sangue, um pedaço de madeira.
O policial comentou que os hematomas no corpo da vÃtima são compatÃveis com o pedaço de madeira apreendido.
Segundo o registro, os militares notaram que a casca da árvore onde a vÃtima disse ter ficado amarrada estava com marcas, possivelmente de também ter sido atingida por aquela madeira, "situação tÃpica de quando os golpes são desferidos na vÃtima, mas por erro na execução acabam atingindo a árvore”.
Questionados sobre os fatos, os suspeitos negaram que tivessem agredido a vÃtima e também não souberam explicar o porquê foram apontados como autores da agressão. Questionados sobre o terceiro indivÃduo, ambos negaram a existência. Nenhum dos abordados ostentavam marcas tÃpicas de luta corporal.
Considerando a informação de compra de entorpecente e o fato de que a casa apontada como residência da dupla "era ponto de tráfico de drogas", o Canil do 8º Batalhão de Ações Especiais de PolÃcia (Baep) foi acionado.
Na residência foi encontrada uma pequena porção de maconha, cuja propriedade não foi assumida inicialmente. No entanto, posteriormente o adolescente informou que era o dono.
Também dentro da casa, especificamente no fogão, foram encontradas três furadeiras, um ferro de solda e uma toca ninja, tudo embrulhado em um saco de plástico preto sem origem e destinação declarada.
Na casa da frente, naquele mesmo quintal, no momento em que seria vistoriada pelo Canil, foi encontrado o "terceiro indivÃduo”, que negou a participação das agressões.
Como os abordados negaram a participação na agressão e considerando que a vÃtima estava sendo atendida pelos médicos no Hospital Regional, impossibilitada de realizar o reconhecimento pessoal presencialmente, fotografias dos suspeitos foram tiradas e enviadas ao policial que estava no HR.
As imagens dos abordados foram exibidas à vÃtima, que "imediatamente" os apontou com autores das lesões sofridas.
A equipe de perÃcia criminalÃstica foi acionada ao local e apreendeu os materiais localizados.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vÃtima ficou internada no HR, onde seria submetido a procedimento cirúrgico em razão de uma das fraturas ter sido exposta.
Confissão e testemunha
Na Delegacia Participativa da PolÃcia Civil, ao prestarem depoimento, os rapazes de 17 e 19 anos confessaram as agressões. Contudo, disseram que o motivo era um suposto furto de objetos da mãe do terceiro indivÃduo durante uma capinagem num terreno.
A avó do terceiro rapaz prestou depoimento à polÃcia, como testemunha. Ela contou que mora na casa que fica na parte da frente do quintal junto a seu filho e, nos fundos, na outra casa, também de sua propriedade, moram outras pessoas, entre elas o adolescente e o rapaz de 19 anos. O imóvel teria sido alugado pelo seu filho.
A mulher disse que no perÃodo da tarde acordou e ligou para o neto a fim de pedir a ele que buscasse remédios no
"Cohabão". Ela esclareceu que não é avó biológica do rapaz, mas desde pequenino o tem como neto em razão de assiduamente frequentar sua residência.
Logo que terminou a ligação com o rapaz, ouviu um indivÃduo pedindo socorro na casa dos fundos, pois estava sendo agredido. "Assustada, dirigiu-se à janela que dá visão para o fundo e então, presenciou dois indivÃduos, um de cor clara e outro de cor morena, agredindo outro indivÃduo de cor branca com um pedaço de madeira grande", consta no registro policial.
Segundo o registro, a mulher imediatamente advertiu os indivÃduos para pararem, mas naõ foi atendida.
Em seguida, o neto chegou e também presenciou as agressões. A mulher disse se recordar que o rapaz foi até os agressores e pediu a eles que parassem as agressões, dizendo "olha a avó, vocês param com isso que eu não vou participar disso".
Depois o rapaz teria saÃdo para buscar o remédio da testemunha. A mulher disse que os rapazes continuaram as agressões e que em dado momento a vÃtima conseguiu se desvencilhar dos indivÃduo e correr para a frente, mas foi perseguida por ambos, que continuaram a violenta agressão.
Na sequência, a vÃtima conseguiu pular o muro para a casa da vizinha, onde caiu desfalecida, ainda de acordo com o testemunho.
"Se a vÃtima assim não o fizesse, certamente seria morta pelos agressores, uma vez que os golpes de madeira eram muito fortes em direção da cabeça, costas e tronco, os quais aliviados em razão da posição dos braços sobre sua cabeça", segundo o relato da testemunha à polÃcia.
Violência
Um laudo provisório de exame de corpo de delito constatou que a vÃtima sofreu lesões por todo o corpo e fraturas em ambos os antebraços, lesões estas "de defesa".
Uma dessas fraturas foi exposta, "o que demonstra a violência com que os golpes foram desferidos e a vontade de produzir o resultado morte ou ao menos de assumir o risco de produzi-lo".
Em nota ao G1, o Hospital Regional informou que o paciente deu entrada no Pronto-socorro da unidade e foi "prontamente atendido pela equipe médica e multiprofissional". "Neste momento, seu estado de saúde é considerado estável".
Com a situação, foi representado pela prisão preventiva do rapaz de 19 anos e a internação provisória do adolescente de 17 anos. Eles permanecem à disposição da Justiça.
O caso foi registrado como homicÃdio qualificado "com emprego de meio insidioso ou cruel, ou de que resulte perigo comum" e ato infracional de mesma natureza.
Quando as militares chegaram ao local verificaram que se tratava de um terreno composto por duas construções. Em um dos portões que dá acesso à propriedade estava o adolescente. Ele foi abordado e submetido a busca pessoal, mas nada de ilÃcito foi encontrado. O rapaz negou que fosse morador no local.
Em seguida, no corredor, foi encontrado o rapaz de 19 anos, que também foi abordado e revistado. Com ele foi apreendida a quantia de R$ 409, cuja origem não soube precisar.
Durante as abordagens foi possÃvel ouvir que alguém, do outro lado do muro, ou seja, dentro do terreno da casa vizinha, gemia e gritava por socorro. Um dos policiais foi verificar e encontrou caÃdo, sangrando e com vários hematomas nas regiões do peito, rosto, cabeça, costas e antebraços, provocados por instrumento contundente, o homem de 25 anos. Ele reclamava que seus dois antebraços estavam provavelmente quebrados.
Na ocasião, a vÃtima disse ao militar que, "em razão do não pagamento de uma droga” que pegou com os dois abordados na manhã desta quarta-feira (6), foi amarrada em uma árvore nos fundos da casa onde mora a dupla, ali ao lado, e agredida violentamente. O homem disse que os autores eram os dois rapazes e um terceiro indivÃduo, neto da proprietária da casa da frente. As agressões teriam provocando-lhe aquelas lesões visÃveis.
No quintal onde foram encontrados os suspeitos, especificamente na casa dos fundos daquele imóvel, de fato há uma árvore e próxima dela foram encontrados duas facas e um pedaço de corda suja de sangue, assim como um par de chinelo. Já perto do portão foi localizado, sujo de sangue, um pedaço de madeira.
O policial comentou que os hematomas no corpo da vÃtima são compatÃveis com o pedaço de madeira apreendido.
Segundo o registro, os militares notaram que a casca da árvore onde a vÃtima disse ter ficado amarrada estava com marcas, possivelmente de também ter sido atingida por aquela madeira, "situação tÃpica de quando os golpes são desferidos na vÃtima, mas por erro na execução acabam atingindo a árvore”.
Questionados sobre os fatos, os suspeitos negaram que tivessem agredido a vÃtima e também não souberam explicar o porquê foram apontados como autores da agressão. Questionados sobre o terceiro indivÃduo, ambos negaram a existência. Nenhum dos abordados ostentavam marcas tÃpicas de luta corporal.
Considerando a informação de compra de entorpecente e o fato de que a casa apontada como residência da dupla "era ponto de tráfico de drogas", o Canil do 8º Batalhão de Ações Especiais de PolÃcia (Baep) foi acionado.
Na residência foi encontrada uma pequena porção de maconha, cuja propriedade não foi assumida inicialmente. No entanto, posteriormente o adolescente informou que era o dono.
Também dentro da casa, especificamente no fogão, foram encontradas três furadeiras, um ferro de solda e uma toca ninja, tudo embrulhado em um saco de plástico preto sem origem e destinação declarada.
Na casa da frente, naquele mesmo quintal, no momento em que seria vistoriada pelo Canil, foi encontrado o "terceiro indivÃduo”, que negou a participação das agressões.
Como os abordados negaram a participação na agressão e considerando que a vÃtima estava sendo atendida pelos médicos no Hospital Regional, impossibilitada de realizar o reconhecimento pessoal presencialmente, fotografias dos suspeitos foram tiradas e enviadas ao policial que estava no HR.
As imagens dos abordados foram exibidas à vÃtima, que "imediatamente" os apontou com autores das lesões sofridas.
A equipe de perÃcia criminalÃstica foi acionada ao local e apreendeu os materiais localizados.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vÃtima ficou internada no HR, onde seria submetido a procedimento cirúrgico em razão de uma das fraturas ter sido exposta.
Confissão e testemunha
Na Delegacia Participativa da PolÃcia Civil, ao prestarem depoimento, os rapazes de 17 e 19 anos confessaram as agressões. Contudo, disseram que o motivo era um suposto furto de objetos da mãe do terceiro indivÃduo durante uma capinagem num terreno.
A avó do terceiro rapaz prestou depoimento à polÃcia, como testemunha. Ela contou que mora na casa que fica na parte da frente do quintal junto a seu filho e, nos fundos, na outra casa, também de sua propriedade, moram outras pessoas, entre elas o adolescente e o rapaz de 19 anos. O imóvel teria sido alugado pelo seu filho.
A mulher disse que no perÃodo da tarde acordou e ligou para o neto a fim de pedir a ele que buscasse remédios no
"Cohabão". Ela esclareceu que não é avó biológica do rapaz, mas desde pequenino o tem como neto em razão de assiduamente frequentar sua residência.
Logo que terminou a ligação com o rapaz, ouviu um indivÃduo pedindo socorro na casa dos fundos, pois estava sendo agredido. "Assustada, dirigiu-se à janela que dá visão para o fundo e então, presenciou dois indivÃduos, um de cor clara e outro de cor morena, agredindo outro indivÃduo de cor branca com um pedaço de madeira grande", consta no registro policial.
Segundo o registro, a mulher imediatamente advertiu os indivÃduos para pararem, mas naõ foi atendida.
Em seguida, o neto chegou e também presenciou as agressões. A mulher disse se recordar que o rapaz foi até os agressores e pediu a eles que parassem as agressões, dizendo "olha a avó, vocês param com isso que eu não vou participar disso".
Depois o rapaz teria saÃdo para buscar o remédio da testemunha. A mulher disse que os rapazes continuaram as agressões e que em dado momento a vÃtima conseguiu se desvencilhar dos indivÃduo e correr para a frente, mas foi perseguida por ambos, que continuaram a violenta agressão.
Na sequência, a vÃtima conseguiu pular o muro para a casa da vizinha, onde caiu desfalecida, ainda de acordo com o testemunho.
"Se a vÃtima assim não o fizesse, certamente seria morta pelos agressores, uma vez que os golpes de madeira eram muito fortes em direção da cabeça, costas e tronco, os quais aliviados em razão da posição dos braços sobre sua cabeça", segundo o relato da testemunha à polÃcia.
Violência
Um laudo provisório de exame de corpo de delito constatou que a vÃtima sofreu lesões por todo o corpo e fraturas em ambos os antebraços, lesões estas "de defesa".
Uma dessas fraturas foi exposta, "o que demonstra a violência com que os golpes foram desferidos e a vontade de produzir o resultado morte ou ao menos de assumir o risco de produzi-lo".
Em nota ao G1, o Hospital Regional informou que o paciente deu entrada no Pronto-socorro da unidade e foi "prontamente atendido pela equipe médica e multiprofissional". "Neste momento, seu estado de saúde é considerado estável".
Com a situação, foi representado pela prisão preventiva do rapaz de 19 anos e a internação provisória do adolescente de 17 anos. Eles permanecem à disposição da Justiça.
O caso foi registrado como homicÃdio qualificado "com emprego de meio insidioso ou cruel, ou de que resulte perigo comum" e ato infracional de mesma natureza.